BEM VINDO

Bem vindo a este espaço de divulgação dos sabores e da gastronomia que cá se faz. Sem falsos purismos ou fundamentalismos, sempre na perspectiva da pessoa humana e do equilíbrio delicado entre o saber fazer, o "sabe" e o "faz". Sabe "bem", mas o que é que "faz" ao meu corpo?
Um belo de um cozido à portuguesa, que bem que me sabe. E que tal umas refeições mais ligeiras para criar espaço para aquela sobremesa especial ou para aquele dia imperdível? Levamos até si o saber fazer e o que de melhor se cozinha por estes lados e também o que melhor vai fazer ao seu corpo.
Mande-me um e-mail para ferroni.cook@gmail.com

sábado, 29 de agosto de 2009

Salada nas cores da vida



Esta é a minha salada preferida, não é uma entrada nem um acompanhamento, é um prato principal, vivo e saciante.
Quando num qualquer restaurante pedir uma salada, não é isto que lhe irá parar à mesa. Em sua casa atreva-se a fazer uma salada assim.

Leva:

1 pimento vermelho
1/2 alface iceberg
1/2 alface roxa
5 tomates médios
1/4 de molho de salsa
1 alho pequeno
200 gramas de queijo Feta
150 gramas de azeitonas às rodelas.
Azeite qb
Vinagre balsâmico qb
1/2 cebola
Rúcula.

Comece por assar o pimento no bico do fogão.
Corte a cebola aos cubos e no fundo da saladeira junte-a ao vinagre balsâmico. Assim perderá a sua acidez natural.
Corte o queijo aos cubos para uma tigela, junte as rodelas de azeitonas, polvilhe generosamente com orégãos e regue com o melhor azeite que tiver.
Junte-lhe os pimentos aos cubos ou às tiras. e deixe estar.
Lave as alfaces e a rúcula. Lave e pique finamente a salsa e coloque-a na saladeira.

Junte tudo e mexa muito bem.

Se quiser junte uns croutons ou ainda melhor, ponha uns bocados de um bom casqueiro no fundo da saladeira.

nota. os tomates não devem de sair directamente do frigorífico para a saladeira.

sábado, 22 de agosto de 2009

Seitan à alentejana



Numa recriação daquele que eu acho que é o melhor prato de bacalhau do mundo e arredores, achei por bem, fazer este prato tendo por base o seitan, uma vez, que não pretendo que os vegetarianos sejam privados deste prazer.

Ideal para quem gosta de pratos de forno à base de batatas a murro e azeite.

Ingredientes.

Seitan

2 cebolas

5 tirinhas de pimento

800 gramas de batatas pequeninas biológicas

300 ml de azeite extra virgem

10 dentes de alho

Coentros frescos picados, um molho generoso

rosmaninho

Procedimento.

Comecei por no no fogão e no bico mais pequeno que tenho , no minimo, colocar os alhos no azeite e deixar estar para aí umas duas horas.

Numas duas colheres de sopa desse azeite, salteei o seitan e o pimento.

Cozi as batatas, dei-lhes umas palmadas e coloqueias num tabuleiro em cama de sal no forno com um bom bocado de rosmaninho. Reguei com um pouco de azeite.

Quando retirar as batatas do forno, limpe-as do sal que vem agarrado para que não vãsalgar demasiado o prato.

Num tacho de barro, coloquei as batatas, o seitan, em resumo, tudo menos os coentros.

Mexi e deixei um bocado ao lume para que os aromas se misturassem.

Pus os coentros, mexi e estava pronto a servir.

Acompanhei com uma reserva tinta de reguengos.

Diferenças





Ontem, entrei num hipermercado e ao chegar à peixaria, o meu estômago, até deu voltas como que vi, a falta de aprumo e de sentido do gosto naquilo que se faz e que não devia de se fazer, pelo menos de determinadas formas. O peixe exposto, na sua maioria, já tinha conhecido melhores dias e de tanto congelar e descongelar já estava com faltas de pele. E chamam àquilo “distribuição moderna”.

Para contraponto, aqui vos deixo algumas fotos que recolhi da última vez que estive em Itália, Mais especificamente no mercado do Rialto em Veneza. São bancas de peixe num mercado de rua, num país latino, tal como cá.
Mas uns são mais do que outros.

Querida, mudei a cozinha.


Para quem tem falta de espaço, aqui vai uma proposta de uns japoneses de uma cozinha, muito, muito mesmo, minimalista.tipo cozinha enlatada ou melhor concentrado de cozinha.

Esta foto mostra apenas as chaminés do palácio nacional de Sintra.

Com um pouco de imaginação,apenas, podemos imaginar o tamanho da cozinha.

E pensar na trabalheira que é limpar aquela cozinha.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Strogonoff de Tofu


Curiosos os nomes que um preparado culinário deste tipo tem, na Europa, Strogonoff, no Brasil, Estrogonoff, mas o seu verdadeiro nome é: Stroganov. Ainda hoje existe em San Petersburg, um palácio frente ao rio Moika com o nome desta antiquíssima família de mercadores russos da qual existem registos desde os tempos em que Pedro Alvares cabral andava pelas terras de Vera Cruz.

No nosso caso, é um preparado de tofu em natas, mas, de soja. Como qualquer stroganov que se preza, tem tempero de mostarda inglesa. Só a partir de 1910, quando chegaram a Paris é que começaram a ter a companhia de cogumelos.

Ingredientes:

300 gramas de tofu

1 limão

1 colher vinagre branco

1 colher de sopa de molho de soja

6 dentes de alho

200 gamas de natas de soja

300 gramas de cogumelos

100 gramas de pimentos

O Tofu é cortado aos tubos e marinado em limão, vinagre e 3 dentes de alho esmagados pelo menos durante duas horas.

Seguidamente é salteado em azeite. Numa frigideira em lume alto, até ficar douradinho. Pode por umas gotas de molho de soja.

Entretanto, lamine os outros 3 dentes de alho e coloque-os ao lume numa frigideira com azeite. Não os deixe queimar. Quando estiverem dourados, retire-os e reserve.

Junte ao azeite os pimentos e os cogumelos e vá mexendo sem deixar queimar. querend pode juntar umas rodelas de cebola. Quando estiverem a começar a deitar cheiro, junte um pouco de sal refinado e devem largar água. Mexa de novo. Agora junte umas gotas de molho de soja.

Pode juntar o tofu. O liquido da marinada e a Mostarda. E as natas. E os alhos que retirou da frigideira. Se quiser, esmague-os antes.

Acerte de sal, não deve necessitar porque o molho de soja é salgado, e já está.

Pode juntar uma esguichadela de ketchup

Acompanhe com arroz basmati

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Seitan à Gomes de Cá


Chamei-lhe à Gomes de Cá, por respeito a esse grande cozinheiro que foi, José Luís Gomes de Sá, falecido em 1926, e na época cozinheiro do Restaurante Lisbonense, lá no Porto, lugar em que criou a célebre receita de bacalhau.
Era certamente um homem de coragem, um restaurante Lisbonense na “invicta”, lindo, carago.

Ingredientes:
1 dose de Seitan
3 cebolas grandes
1 quilo de batatas
2 dentes de alho
2 ovos
Azeite
Salsa picada
Azeitonas pretas

Procedimento:
Por água fria num tacho, colocar as batatas previamente lavadas e os ovos. Cozer os ovos e as batatas. Não esquecer que os ovos levam 10 minutos depois da água começar a ferver. Entretanto faz-se um refogado ligeiro com o azeite, as cebolas e os alhos. Não deixar escurecer.
Corte o seitan aos dedos.
Retirar os ovos, colocar em água fria, descascar e fatiar. Quando as batatas estiverem cozidas, cortar ás fatias. Caso queira, pode pelá-las.
Num tabuleiro colocar no fundo, as batatas, e por camadas, as cebolas, o seitan e por ultimo os ovos e a salsa. Decorar com as azeitonas.

Para acompanhar, recomendo uma boa companhia.

La Bella pizza


A pizza por estas bandas, é pizza, e pronto. Mas na terra das pizzas e de outras fantasias gastronómicas, a pizza e a sua base é motivo de profundas discussões e dissertações, algumas das quais, verdadeiros tratados mais ou menos metafísicos.

Cada italiano acha que da forma como faz a sua mamma é que está certo. Isto quando a Itália é um país que aglutinou diversos estados e diversas culturas. Para baralhar ainda mais o assunto, a pizza tem sido base dos mais variados negócios de “junk food”. Daí que já poucos sabemos o que é uma pizza ou melhor qual é "la vera pizza”.

Será, que como diz a publicidade, a diferença está na massa? Quem é que sabe?

Eu optei por uma receita de base fina e estaladiça, tal como preconizada pelo mais italiano dos cozinheiros britânicos, Jamie Oliver.

Receita da base:

Se não estiver para se "chatear", compre uma base ou então, faça você mesmo:

Ingredientes:

800 gramas de farinha de trigo

200 gramas de sêmola de trigo

1 colher de chá de sal

15 gramas de fermento royal

1 colher de sopa de açúcar mascavado.

650 ml de água morna.

2 colheres de sopa de azeite

Amasse e espere 30 minutos, estique e ponha no tabuleiro que não tem de ser redondo.

Liguei o forno no máximo para estar na temperatura certa quando tudo estivesse pronto.

Quanto à cobertura, aí eu não dei hipótese e fiz um belo molho de tomate.

3 colheres de sopa de azeite extra virgem

1 cebola roxa pequena

2 dentes de alho

1 folha de louro

1 malagueta sem sementes

1 quilo de tomate sem pele e sem grainhas.

1 copo de polpa de tomate.

½ copo de vinho branco

1 molho de manjericão

Orégãos qb

Flor de sal qb

Comecei por fazer um refogado com a cebola, o alho, o louro e a malagueta. Primeiro a cebola, o louro e a malagueta e só depois o alho fatiado para não queimar. Se queimar fica amargo. Começamos com um lume alto e passados uns 3 minutos, baixamos por mais 2.

Entretanto, vamos pelar o tomate ou compramos tomate já pelado. Desfazemos o tomate nas mãos e vai tudo para dentro do tacho. Rasgamos com as mãos metade do molho de manjericão. Deixamos ficar em lume mais alto uns 2 ou 3 minutos e depois baixamos. Com um garfo vamos desfazendo os bocados. Em caso de necessidade, é só ir buscar a varinha mágica e deixar na textura que se deseje.

Junte agora o resto do manjericão em juliana, como se fosse caldo verde.

Orégãos e flor de sal.

E veja que cheiros se libertam do tacho.

Numa frigideira à parte salteei uns cogumelos e umas tirinhas de pimento.

Coloquei a base da pizza no tabuleiro.

Com uma colher de sopa espalhei o molho de tomate pela pizza, não muito.

Os cogumelos, foram espalhados junto com o pimento.

O forno já estava acima dos 230º, aí foi tudo lá para dentro.

Passados que eram 10 longos minutos, a coisa estava pronta, foi tirar, fatiar e servir acompanhado de um tinto velho do Douro. Não sem antes ter colocado um pouco de rúcula a acompanhar cada fatia.

Como som, foi o Itália de Chris Botti.

Salada de Tofu panado


Resolvi fazer uma salada de tofu. Tinha tofu a marinar e achei por bem paná-lo.

Um destes dias ouvi uma cozinheira com provas dadas, dizer que o tofu era um alimento “camaleão”. E assim é, de acordo com o tempero, assim assume esse sabor, tal e qual como algumas pessoas. Como diz o ditado: diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és.

Assim, fiz uma marinada com azeite, gengibre, louro, alho esmagado, vinagre balsâmico, flor de sal, vinho, pimentão.

Tudo no banho e no passadas umas horas (o ideal era de um dia para o outro), panei o tofu em farinha de trigo com uns bocadinhos de orégãos secos e frigideira com ele, em óleo de girassol bem quente.

Depois, escorri-o com muito jeitinho, coloquei-o numa travessa sobre papel absorvente.

A salada, essa foi de alface e rúcula com tempero de balsâmico, azeite extra virgem, orégãos frescos esmagados e um toque de flor de sal. Mexi tudo muito bem mexido. Servi nos pratos e coloquei por cima deste ninho de alface e rúcula o nosso tofu. Por cima coloquei uns bocadinhos de nozes.

Acompanhei com um vinho branco leve da Estremadura

Sintra


Sintra, é um dos meus locais de eleição.

Não apenas para descomprimir ao fim de semana, mas mesmo para viver. É onde eu vivo. Daí que queira partilhar convosco, aquele que eu considero o melhor e de longe, o mais saboroso negócio de Sintra.

Mando-vos uma foto de uns belos pastéis da Periquita. Vá lá não se babem em cima do teclado. Vou tentar fazer ma reportagem no interior da confeitaria.

Caril de Tofu



Comecei por marinar o tofu de véspera.

Os inevitáveis, azeite, vinagre, colorau, flor de sal, sumo e raspa de limão, louro em pó, alho em pó.

No dia seguinte, duas ou três colheres de azeite extra virgem numa frigideira e lá foi o tofu a saltear em lume alto.

Fui mexendo com muito jeitinho e tirando o que já estava e escorrendo em papel de cozinha.

O caril foi feito numa picadora, alho francês, cebola, alho, uma colher de sopa de caril em pó, comprado no Martim Moniz.

Noutra frigideira salteei esta papa em azeite e passado um bocado coloquei 200 ml de leite de coco e meio molho de coentros picados. Ralei meia maça Granny Smith por cima.Servi com arroz basmati salpicado com o resto dos coentros.

Quanto à foto, esqueci-me de a tirar e só ficou a da marinada. Lamento.

sábado, 15 de agosto de 2009

Bolo de uvas morangueiras



Este bolo permite a utilização das uvas morangueiras, que depois de salvadoras do vinho na Europa, foram votadas ao mais completo ostracismo, sendo até mesmo consideradas uma praga.
Caso não encontre uvas morangueiras, use mirtilos ou amoras.

1 forma de cerca de 25 cm
papel vegetal

Ingredientes:

4 ovos grandes de preferência biológicos
275 gramas de açucar
180 gramas de manteiga sem sal
100 ml de azeite extra virgem
150ml de leite
1 colher de chá de essência de baunilha
400 gramas de farinha
1 e 1/2 colher de chá de fermento
1 pitada de sal
raspa de 2 limões
raspa de 2 laranjas
600g de uvas bem doces
Manteiga e farinha para enfarinhar e untar a forma.

Comece por untar e enfarinhar a forma. Forre o fundo com papel vegetal.
Pré aqueça o forno a 175º

Bata os ovos e o açúcar até obter um creme branco e fofo. Numa batedeira eléctrica serão cerca de 3 minutos.
Junte a manteiga, o azeite e a essência de baunilha. Bata tudo.

Peneire a farinha para a mesma taça e junte o fermento e o sal. Junte a raspa do limão e da laranja e vá mexendo com um fouet ou mesmo um salazar.
Deixe repousar por 10 minutos

Misture 150gramas de uvas massa e ponha na forma ponha no forno e passados 15 minutos, retire e ponha o resto das uvas por cima. Com uma colher ou espátula afunde as uvas.
De volta ao forno por mais 30ou 40 minutos. Até o bolo estar firme e o palito sair seco.

Deixe repousar 10 minutos e desenforme com a ajuda de uma faca.

Sugestão : tente por uma 1ª camada de massa e uma de uvas. Depois o resto da massa e por cima o resto das uvas. Fica muito bonito.

receita e foto do livro Jamie Oliver em Itália